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Abelhas

Abelhas

Roberto Liebgott
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Polinizadoras do planeta, que não se cansam de carregar a vida em suas pernas, braços, antenas, asas e bocas.

Suas ações solidárias – ao meio ambiente – contribuem decisivamente para a preservação das matas nativas, sendo que 85% das plantas nas florestas são vocês que polinizam.

Há infindas flores, grãos, frutos, vegetações, das mais diversas, que se tornam geneticamente saudáveis, graças a contínua ação e presença de vocês.

E há quem não se importa com as exuberantes colmeias,
a diversidade que representam nas múltiplas formas de constituição da natureza.

Há os que preferem o veneno do agro, a transgenia, o monocultivo sustentado por defensivos, fertilizantes químicos, pelos agrotóxicos contaminantes, que fazem tudo murchar, encolher, regredir e morrer.

Abelhas, vocês coabitam os espaços da insensatez, da crueldade e perversão humana, que opta pela “lucrativa” destrutiva ao invés da preservação cooperativa.

A insanidade humana submete vocês ao ambiente a ser programaticamente desabitado, sem outra opção, que não o fim de tudo e de todos.

Sem vocês abelhas, não o haverá um mundo natural, as árvores secarão, os bichos desaparecerão e toda relação com a terra será estéril.

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Abelhas, vocês são submetidas ao processo de extinção acelerado, os venenos e a poluição às agridem – mortalmente – dia após dia e, apesar disso, as pessoas, em geral, não sentem, não sabem, não percebem.

Não compreendem como é que vocês, pequenos insetos voadores, têm tamanha capacidade e potencialidades de gestar, fazer nascer e manter Viva a Vida no planeta.

O Congresso Nacional está prestes a aprovar, com a omissão e silêncio das instituições públicas, dos partidos, inclusive os progressistas, e de uma boa parcela da sociedade esclarecida, o projeto de lei conhecido como o pacote do veneno – PL 6299/2002. Precisamos agir contra mais essa aberração.