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Tempos sombrios

Tempos sombrios

Roberto Liebgott
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O que mais, nestes tempos, podemos dizer, escrever ou fazer, depois de lutar, denunciar, indignar, exigir, acreditar, sonhar e esperançar?

Jamais desistir ou se amedrontar, acovardar, ignorar, ceder, ou se deixar levar, seduzir, cooptar.

É preciso semear, organizar, refletir, dialogar, avaliar, planejar, articular, radicalizar o bem e revolucionar no combate ao mal.

Romper cercas, partilhar terras, repartir os pães, aterrar abismos, respeitar a todas e todos nas diversidades e diferenças, nos modos de ser e viver as culturas, crenças e tradições.

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E, somente depois, colheremos frutos, celebraremos a paz, abrindo caminhos livres da tirania desenhada e reproduzida nos palcos da política e da economia.

Veremos, então, encantadas e encantados, que eles – golpistas, colonizadores e genocidas passarão, e nós, como dizia o poeta Mário Quintana, passarinhos.