Decreto do Golpe.
Estava pronta a minuta de Decreto Presidencial com a qual se pretendia INSTAURAR ESTADO DE DEFESA no Tribunal Superior Eleitoral/TSE – e promover um golpe de Estado no Brasil.
A sua edição não ocorreu – tão somente – por falta de algumas das condições que se caracterizariam – no contexto jurídico, político, econômico e popular do país – na desordem social que eles pretendiam.
Ou seja, apesar dos barulhos e arruaças dos bolsonaristas, ao longo dos meses, não houve clima pro o golpe.
Apesar dos acampamentos montados e tolerados em frente aos quartéis, não houve clima pro golpe.
Apesar dos bloqueios de rodovias e badernas nas estradas, não houve clima para o golpe.
Apesar das ameaças de bombas e explosivos contra prédios e aeroportos, não houve clima pro golpe.
Apesar de toda a campanha contra as urnas eletrônicas e pondo, sistematicamente, em dúvida a lisura das eleições presidenciais, não houve clima pro golpe
Por fim, no dia 08/01/2023, apesar de invadirem os prédios dos poderes da República, onde depredaram e destruíram tudo, não houve clima pro golpe.
Ocorreram, neste período, pelo menos quatro boas razões que inviabilizaram as pretensões do ex-presidente da República, de alguns generais e outros golpistas:
A população, em sua ampla maioria, aceitou o resultado das eleições e leva a vida adiante;
O Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal adotaram, como regra, o enfrentamento à qualquer iniciativa golpista;
As forças políticas democráticas se posicionaram em defesa das instituições e dos poderes constituídos;
Uma boa parte da mídia e as grandes potências mundiais – sistema financeiro e empresários – foram contra o golpe.
Aguardaremos pelos próximos capítulos, que não se promova nenhum tipo de anistia aos criminosos de colarinho branco e de patente superior.
Porto Alegre, RS, 13 de janeiro de 2023.
Roberto Antônio Liebgott é missionário do CIMI - Conselho Indigenista Missionário, atuando na região Sul do Brasil.