Agro das correntes e grilhões
Soja, cana, milho, boi, porco, frango, trigo, arroz e o feijão, compõem os cardápios do mercado e da globalização.
Agregam-se a essa lista o café – estímulo à satisfação, a uva do vinho – confraternização, o leite – da manteiga e do queijo com o pão.
Produtos de um mercado cantado em prosa e verso no ambiente do agronegócio, agrobusiness – das commodities, da maquinaria, do veneno e da transgenização.
Tudo financiado pelos estados – empresas nação – ancorados em bancos que mantém ativos os ativos da exploração, exclusão e, da raiz de todos os males: a escravidão.
Como se fez lá atrás – no passado – com os sequestros na Mãe África, com a tortura, os estupros, correntes e grilhões, agora – na era da digitalização – a escravização dos corpos pretos, quilombolas, pobres e indígenas estampam às “riquezas” forjadas no racismo e desumanização.
Roberto Antônio Liebgott é missionário do CIMI - Conselho Indigenista Missionário, atuando na região Sul do Brasil.