Zumbi, pai, me dê sua mão! Dandara, mãe, a sua proteção.
Zumbi, pai, me dê sua mão.
Dandara, mãe, a sua proteção.
Mandaru, sua coragem e força.
Maninha, o discernimento e a razão.
No fronte nos encontramos.
Estamos em vias de fato.
Segura o bucho,
Saltemos em altura.
Ao rolar pelo chão se alevante.
É por baixo e por cima.
Rasteiras e cascudos.
Pontapés e empurrões.
Aceitar uma sentença promovida pelo TRF5 que privilegia orientar-se por uma regência de 1934, desconsiderando a Constituição Cidadã de 1988, é, no mínimo, manchar a honra de Pernambuco, por ser o estado referência nas lutas por direitos humanos, tendo participado da Confederação do Equador, das lutas abolicionistas e contra a ditadura, tendo como palco a escadaria da Faculdade de Direito do Recife, reconhecida Escadaria da Democracia. Assim sendo, chamamos todes a presença para fazer valer o Direito Constitucional, defendendo juntos o território tradicional do povo Xukuru.
A luta em DEFESA DO CAIPE É DE TODOS NÓS.
Ângelo Bueno é poeta ativista, membro do Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Entre os anos de 1982 a 1992 atuou na região Sul com os povos Guarani e Kaingang. De 1992 até hoje atua com os povos indígenas do Nordeste, em Pernambuco e Norte da Bahia. Sempre percebeu a importância da arte para rever paradigmas e favorecer a construção da sociedade democrática, fazendo parte dos poetas marginais, denunciando as violências praticadas pela necropolítica e anunciando o bem-viver em terras de ABYA YALA.