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Mãe Terra

Mãe Terra

Roberto Liebgott
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Meiga e generosa, de imensa doçura, gesta vidas, semeia esperanças e produz sonhos.

Plena de carinho e aconchego, abraça, sempre com ternura, suas filhas e filhos.

Zelosa, cuida dos seres em suas infindas diversidades, dando sentido às existências.

Rega com águas cristalinas o solo fértil e abençoa o colorido das matas.

Mãe de amorosidade, acolhe em seu peito os ventos, as chuvas, o frio e o calor do Sol.

E, com eles, faz germinar as sementes, oferta o mel e o leite, nutrindo suas filhas e filhos.

Todavia, a ganância insana, de homens e mulheres, que deveriam protegê-la, é agressiva e cruel.

Mãos desmedidas, repletas de agressividade, expandem seus tentáculos e rasgam as florestas.

Destroem os campos, poluem os rios e mares, escavam e envenenam biomas e aquíferos.

Enchentes, secas, tempestades e avalanches anunciam que o clima, guiado pelos ciclos, entra em colapso.

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Apesar de tudo, não há sinais, tampouco gestos, que anunciem o cuidado com “Nossa Casa Comum”.

Mãe, perdoa-nos por maltratar seu corpo, por lhe fazer sofrer, por lhe causar angústia e medo diante de um caminho quase sem retorno.

Que consigamos, Mãe de Amor, preencher, nossos atos e omissões através de medidas e ações, prenhes de Bem Viver.

Porto Alegre (RS), 26 de setembro de 2025.

Roberto Liebgott
Cimi Sul – Equipe Porto Alegre