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Assista: “O Jornal vai às ruas – as gentes do campo e das favelas contam sua história”

Assista: “O Jornal vai às ruas – as gentes do campo e das favelas contam sua história”

Claudia Weinman

“O Jornal vai às ruas – as gentes do campo e das favelas contam sua história” é um documentário sobre o Jornal Comunitário, um periódico construído a partir de jovens da Pastoral da Juventude Rural (PJR) e Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) de São Miguel do Oeste/SC. Esse jornal existe há mais de dez anos no município, sendo entregue também nas cidades próximas do Extremo-oeste catarinense.

O material foi construído pelas jornalistas Claudia Weinman, Julia Saggioratto  e pela professora de história Claudia Baumgardt, do coletivo PJMP/PJR, selecionado na Lei Aldir Blanc municipal em 2021 e exibido em fevereiro de 2022.

 

Curiosidades da produção 

Para elaboração do documentário foram executados alguns processos, entre deles, o de construção das entrevistas que é considerado um dos mais bonitos, por se tratar dos primeiros elementos que compõe a narrativa e do roteiro que se desenvolve não apenas dentro de casa, em frente ao computador, mas no diálogo com as gentes todas envolvidas no processo. Ainda que, dentro de um cenário pandêmico mundial as dificuldades tenham aumentado, aliadas ao medo de contaminação, o cuidado tornou-se redobrado para quem dirigiu essa proposta de projeto e se reuniu por vezes virtualmente ou presencialmente para pensar.

Viajar pelos caminhos de estradas difíceis, onde na maioria das vezes a mídia tradicional não se propõe a percorrer, por sua postura política e de interesse midiático, foi um desafio somado às várias alegrias de encontrar pessoas, gentes, rostos tão diferentes, com falas e sotaques que se confundem na história do Sul brasileiro. Não há somente os que descendem de alemães e italianos, existe muita gente preta, indígena, misturada e identificada como caboclos e caboclas. A beleza da comunicação popular e do jornalismo enquanto técnica de narrar vidas e histórias está nessa possibilidade, de conversar com as diferenças, de compreender a história e, a partir desse conhecimento construído coletivamente, defender um mundo onde essas realidades possam existir, sem medo do extermínio e do silêncio.

Foi pensando na necessidade de mostrar essa diversidade que foram colhidos depoimentos e fotografias, arquivos históricos com materiais das comunidades da Vila Nova I – Vila Nova II – Pedreira – Linha 8 de março – Linha 26 de outubro – Linha Canela Gaúcha – Morada do Sol – Santa Rita de Cássia, Linha Fátima, que sofrem constantemente com a desinformação e não tem representatividade nos grandes meios de comunicação. Foram registrados no audiovisual o depoimento de pessoas que ao longo destes mais de dez anos contribuíram com a construção do Jornal Comunitário, ressaltando a importância dessa ferramenta como instrumento de sensibilização comunitária sobre as realidades de comunidades empobrecidas e que, muitas vezes, não aparecem na pauta da mídia tradicional por falta de interesse da mesma. Por ser um meio de comunicação que atua na garantia do direito humano à informação dessas pessoas que muitas vezes têm suas narrativas excluídas ou distorcidas, sua história, abordagem crítica, processos de construção, e as vozes de pessoas, especialmente das juventudes empobrecidas do campo e da cidade, da Pastoral da Juventude do Meio Popular e Pastoral da Juventude Rural e outras em situação de vulnerabilidade social, com sensibilidade à população LGBTQIA+, migrantes, indígenas, negros/as, mulheres, caboclos/as, pessoas com deficiência foram evidenciadas neste audiovisual.

Ao longo das entrevistas, o trabalho também mostrou a relação da comunicação popular, do jornalismo como técnica de narrar realidades e da cultura popular como elementos imprescindíveis na construção de um outro mundo possível e justo. Ainda, as jornalistas que construíram o documentário apareceram nele como seres pensantes, não domesticadas, que puderam caminhar pelas comunidades de chinelinho e calção, que conversaram com as gentes e saíram dos estúdios e prédios, das salas fechadas para dialogar com a vida real, vestindo-se de si e despindo-se de preconceitos.

Fotografias: registro da memória 

As fotografias fazem parte do registro de memória da construção do documentário e, para fins de comprovação do edital, elas apontam para o trabalho realizado, com diálogo, conversa, as viagens até as comunidades e o encontro com as diversidades. Além dos materiais históricos resgatados para o documentário, foram entrevistadas presencialmente e, algumas, virtualmente. Confira algumas que a gente separou para essa matéria:

Outras curiosidades: 

No dia 14 de fevereiro (segunda-feira), às 19h, iniciou-se a transmissão ao vivo para apresentação do documentário. As pessoas foram escolhidas a partir do critério de suas ligações com o coletivo que contribui historicamente com a construção do Jornal Comunitário e que tinham condições de participar da transmissão ao vivo. A metodologia da transmissão seguiu a sugestão do detalhamento da proposta do edital, dividida em blocos, com apresentação do documentário em partes, utilizando-se da dinâmica de amostra das imagens e depoimentos, seguida de diálogo e avaliação das/os participantes ao vivo.

 

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Além disso, de acordo com as métricas fornecidas pela plataforma Facebook, foi observado que a atividade alcançou públicos de dez estados brasileiros, sendo eles: Santa Catarina, com a maioria das visualizações, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Ceará e Mato Grosso do Sul. Os gráficos também apontaram que mil e cem pessoas visualizaram a transmissão ao vivo, alcançando três mil e duzentas pessoas. A transmissão ao vivo foi assistida nos seguintes países: Brasil, Portugal, EUA, Canadá, França, Chile, Argentina, Líbano e México.

Também se teve acesso aos dados da perspectiva de gênero e a idade do público alcançado: a maioria do público foi de mulheres, com 54%. A faixa etária que foi maioria alcançada pela atividade está entre 55 e 64 anos, seguido, respectivamente, pela faixa etária de 45 a 54 anos e depois de 35 e 44 anos, e logo em seguida, 25 a 34 anos de idade. Também teve público de pessoas com mais de 65 anos e entre 18 e 24 anos e 13 e 17 anos.

Homenagem:

A arte de divulgação deste projeto foi pensada para homenagear Adriano Crescêncio, um senhor morador da comunidade Vila Nova II, de São Miguel do Oeste/SC. Historicamente Crescêncio tem sido voz ativa em matérias reportadas no Jornal Comunitário. Atualmente ele encontra-se adoentado, enxerga pouco, fala quase nada. Mas sempre foi um braço de acolhida nas entregas do jornal, sendo também leitor assíduo do mesmo. A fotografia utilizada possui autorização assinada da família para seu uso e divulgação. A arte  foi utilizada em diversos formatos nas redes sociais virtuais, para divulgação do projeto.

Continuidade do trabalho

Embora o projeto  tenha sido finalizado para fins de comprovação do edital, ele continua presente nas comunidades que, de forma autônoma, nos informaram estarem utilizando o mesmo para suas atividades, com objetivo de mostra-lo à outras pessoas, e, especialmente, utilizando como ferramenta de formação. Ele já foi exibido no município de Anchieta e em São Miguel do Oeste, conforme fotografias enviadas.

Créditos de produção: 

A produção do documentário contou com as seguintes contribuições de edição, produção, vozes, roteirização, músicas, fotografias e arquivos:

Edição: Julia Saggioratto
Produção: Claudia Weinman, Julia Saggioratto, Claudia Baumgardt
Roteiro: Claudia Weinman
Vozes: Julia Saggioratto, Claudia Weinman
Fotos e vídeos: Claudia Weinman, Julia Saggioratto, Pedro Pinheiro, Paulo Fortes, Eliezer Antunes de Oliveira, Kelly Rodrigues/coletivo PJMP e PJR.
Trilhas: Música “Não deixe de Sonhar” – Oficina tecendo canções e inventando modas – Curso de verão 2009 (CESEEP); Rap “Sonho diferente” – Paulo Roberto Fortes.
Poema: Pobre (não) vê pobre – Eliezer Antunes de Oliveira.
Agradecimentos: Coletivo da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Associação Paulo Freire de Educação e Cultura Popular (Apafec). À todas as comunidades e gentes que acreditam na comunicação comunitária, independente, livre, subversiva, amorosa e revolucionária. À família de Carlos, Leila e Thales, pelo empréstimo dos equipamentos para as gravações.

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ESTE PROJETO FOI CONTEMPLADO NO EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO Nº 03/2021 – LEI 14.017/2020 – ALDIR BLANC / SÃO MIGUEL DO OESTE/SC.