Governador usa os Povos Indígenas para fazer Política Eleitoreira em Santa Catarina


O Conselho Indigenista Missionário, Regional Sul, diante das manifestações do governador do estado de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), sobre as homologações das Terras Indígenas Morro dos Cavalos e Toldo Imbu, dos povos Mbya Guarani e Kaingang, respectivamente, vem a público para expressar preocupação e repudiar o uso que se faz, dá questão indígena, para fins eleitoreiros.
Na última sexta-feira, 28 de junho, novamente, o governador de Santa Catarina, por meio das redes sociais, publicou um vídeo atacando de forma leviana os povos indígenas, habitantes ancestrais do estado.
Preocupado com o calendário eleitoral e em agradar aos setores do agronegócio e os fascistas catarinenses, o governador voltou a difundir desinformação e mentiras acerca da presença indígena em Santa Catarina.
Governador, o Morro dos Cavalos é terra Guarani, o Toldo Imbu é terra Kaingang. Os procedimentos administrativos dessas áreas se arrastaram por mais de 25 anos e finalmente a União reconheceu, técnica e cientificamente, a presença e ocupação tradicional dos Mbya Guarani no Morro dos Cavalos e dos Kaingang no Toldo Imbu, demarcando suas terras.
Quem sabe governador, se o senhor revisitasse os livros escolares, e lesse com atenção, estudaria a história do estado de Santa Catarina e, quem sabe, conheceria o contexto de vida dos povos indígenas, assim como, entenderia o processo de colonização, patrocinado pela mão violenta do estado, que expropriou e roubou as terras destes povos.
Porém, ao que parece, o governador Jorginho Melo (PL) preocupa-se em desviar o foco das atenções em função de denúncias difundidas por diversos meios de comunicações, através das quais apontam que o Programa Universidade Gratuita estaria envolto em uma série de favorecimentos ilícitos. Segundo o Tribunal de Contas do estado de Santa Catarina, há suspeitas de que foram favorecidos, com o pagamento de bolsas de estudos – em universidades privadas – e com recursos dos contribuintes catarinenses, pelo menos 850 filhos e filhas de milionários.
Ao invés de assumir sua responsabilidade e trabalhar para resolver este grave problema de gestão, que pode ter causado prejuízos superiores a 300 milhões de reais aos cofres públicos do estado catarinense, o governador, de modo irresponsável e racista, preocupa-se em difundir – de forma reiterada -, pelas redes sociais, um vídeo objetivando atacar os povos indígenas e desmerecer seus direitos constitucionais.
Governador, pare de agredir os Povos Indígenas e vai trabalhar, porque a sua politicagem não melhora as estradas, as escolas, a saúde pública e tão pouco garante segurança à população.
Chapecó (SC), 30 de junho de 2025.
Conselho Indigenista Missionário – Regional Sul.
