Hasta La Vista
Salta-me os olhos
As aberrações promovidas
Em nome da
Mais – valia
Ignorando a vida
A diversidade
A pluralidade
Ao multicultural
As cosmologia diversificadas
Levando povos a extinções
Etnocídio arquitetada
Financiada pelo erário público
Somos saqueados
Em impostos
Para sustentar a luxúria
De representantes
Parlamentares corporativos
Senhores do Congresso
Vomitando armadilhas legislativas
Contra o povo
Engabelam em oratórias
Tornando vítimas em réus
Nosso planeta saqueado
Rios ,matas e a terra
Revolvido, envenenados
Um comboio
Entre judiciário, legislativo e executivo
Executando-nos diariamente
Marco Temporal Não!
Demarcação Já!
CIMI NE
Equipe PE.
Ângelo Bueno é poeta ativista, membro do Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Entre os anos de 1982 a 1992 atuou na região Sul com os povos Guarani e Kaingang. De 1992 até hoje atua com os povos indígenas do Nordeste, em Pernambuco e Norte da Bahia. Sempre percebeu a importância da arte para rever paradigmas e favorecer a construção da sociedade democrática, fazendo parte dos poetas marginais, denunciando as violências praticadas pela necropolítica e anunciando o bem-viver em terras de ABYA YALA.