Ipê, a capital nacional da agroecologia, acolhe a 46ª Romaria da Terra e Cimi Sul homenageia Dom Orlando Dotti
No dia 13 de abril, terça-feira de carnaval, aconteceu, no município de Ipê, Diocese de Vacaria, no Rio Grande do Sul, a 46ª Romaria da Terra. Estiveram presentes mais de 4 mil romeiros e romeiras, vindos de diversas regiões do estado.
Neste ano a Romaria teve como tema “Escolha portanto a vida, para que você e seus descendentes possam viver” Dt 30,19 e como lema: “Escutar a Mãe Terra e com Maria cuidar da Vida”.
A romaria foi um momento de mística, fé, política e profetismo na luta pelo direito à terra, contra o envenenamento da natureza e por economias solidárias e orgânicas.
Ao final da celebração eucarística os mais de 4 mil romeiros e romeiras prestaram homenagem a Dom Orlando Dotti, bispo emérito da Diocese de Vacaria. Dom Orlando completou 93 anos de idade e se mantém firme e comprometido com as causas dos que sofrem nesta terra e contra o latifúndio.
Também participaram da 46ª Romaria da Terra lideranças Indígenas do povo Kaingang, da Terra Indígena Yvy Kupri, de Carazinho. Ivo Galles, Cacique da comunidade, destaca a importância do enfrentamento a todas as formas de violência contra os povos indígenas em especial aos ataques as direitos constitucionais e contra o marco temporal.
Homenagem do CIMI Sul a Dom Orlando Dotti
O Conselho Indigenista Missionário, Regional Sul, quer, nesse momento de homenagem e memória de vida e missão de Dom Orlando, dizer que:
Dom Orlando foi e continua sendo um homem santo, de fé inabalável no Evangelho de Jesus Cristo encarnado no meio dos pobres, dos sem-terra, dos camponeses e camponesas, no meio dos povos indígenas, aos quais nunca mediu esforços no sentido de se colocar a serviço, como pessoa e como Igreja, tendo em vista a garantia dos direitos à vida, à terra e justiça social.
Dom Orlando, no entender do Cimi Sul, foi um profeta da Igreja junto aos menos favorecidos, porque anunciava as Boas Notícias do Amor e do Perdão, mas também denunciava as violências contra os pobres, denunciava as injustiças cotidianas praticadas por aqueles e aquelas que exploravam, extorquiam e promoviam a desconstrução e destruição do ambiente e dos direitos fundamentais.
Dom Orlando não teve medo de ser pobre com os pobres, de ser sem-terra com os sem-terra, de ser indígena com os povos indígenas, de ser justo e clamar por justiça.
A ele nosso abraço e gratidão pela vida doada à missão e ao Bem Viver.
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Ipê (RS), Capital Nacional da Agroecologia, em 13 de fevereiro de 2024, na 46ª Romaria da Terra.
Conselho Indigenista Missionário
Regional Sul.