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MAIS ATAQUES: denúncias de comunidades indígenas do RS evidenciam cenário de extrema violência, neste final de semana, contra os povos indígenas

MAIS ATAQUES: denúncias de comunidades indígenas do RS evidenciam cenário de extrema violência, neste final de semana, contra os povos indígenas

Cimi Sul
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No sábado, dia 13 de julho, mais um ataque aos povos indígenas foi registrado, desta vez, contra a comunidade Pekuruty, em Eldorado do Sul, no estado do Rio Grande do Sul (RS). Nas palavras do missionário Roberto Liebgott, membro da Equipe Porto Alegre, do CIMI Regional Sul, a Kunhã Laura, esposa do Karai Estevam Garai, relatou que na noite de sábado uma caminhonete parou no acostamento da BR-290, km 132, em frente ao acampamento indígena. Ela, ao observar o veículo, pegou uma lanterna e se dirigiu ao local onde o veículo estava estacionado, para saber, naquela hora da noite, o que desejavam. Foi quando ouviu vários disparos de armas de fogo na direção das moradias. Laura informou que segundos depois dos disparos o carro partiu em alta velocidade.

O ataque criminoso à comunidade Mbya Guarani do Tekoa Pekuruty, no município de Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, neste final de semana, foi mais um ato de violência ocorrido em menos de 48 horas. Conforme Liebgott, as famílias Mbya Guarani estão vivendo nas margens da rodovia porque as autoridades não demarcaram as suas terras e nem lhes asseguram os direitos estabelecidos no programa de compensação, Plano Básico Ambiental, pelos impactos da duplicação da BR-290.

“Os Mbya do Pekuruty também sofrem com a destruição de suas moradias, de sua escola e de toda a infraestrutura da comunidade. A destruição foi promovida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) – durante o período das enchentes”, disse.

Este ataque, somado a outros três no mesmo final de semana, evidenciam o cenário de extrema violência contra os povos indígenas. O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) divulgou notas durante o final de semana, além de prestar apoio direto às famílias do povo Kaingang da retomada Fág Nor, em Pontão (RS), também Avá-Guarani da Terra Indígena Guasu Guavira, em Terra Roxa (PR) e no território de Panambi – Lagoa Rica, em Douradina, Mato Grosso do Sul, contra os Guarani e Kaiowá.

Em nota, o Cimi denuncia a violência investida contra os povos, que se intensifica com a vigência da Lei 14.701 e a falta de providência do Estado em demarcar as terras indígenas.

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