Máquina de empresa privada invade área da União cedida à prefeitura de Florianópolis para Construção de Casa de Passagem
Na última semana, lideranças kaingang denunciaram a invasão de pessoas de uma empresa privada, na área do antigo Terminal Rodoviário Saco dos Limões (Tisac), onde será construída a Casa de Passagem Indígena. Segundo as lideranças, árvores frutíferas e taquaras, plantadas por famílias Kaingang que vivem no local, foram arrancadas.
Cléber Buzatto, do Conselho Indigenista Missionário, Regional Sul, Equipe Florianópolis, destacou que a denúncia sobre a invasão foi feita aos membros do Ministério Público Federal (MPF), também à Defensoria Pública da União (DPU), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e demais esferas do poder público. Após denúncia realizada junto aos órgãos públicos, inclusive no Portal de Serviços da Secretaria de Patrimonio da União (SPU), as máquinas foram retiradas pela empresa.
Em ação de resistência, Cléber destaca que as lideranças indígenas realizaram o plantio de feijão e milho, a partir de uma doação de sementes feitas pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), por meio do projeto – Sementes: Patrimônio dos Povos a Serviço da Humanidade.
Casa de Passagem Indígena
O Conselho Indigenista Missionário divulgou, em novembro de 2023, a determinação da Justiça para que o município de Florianópolis construa a Casa de Passagem indígena no antigo Tisac. Segundo a matéria, o local é utilizado provisoriamente desde 2016 por famílias dos povos Kaingang, Xokleng e Guarani.
“No mês de outubro, a Justiça Federal do estado de Santa Catarina determinou que o município de Florianópolis (SC) inicie, no prazo de 90 dias, as adaptações no antigo Terminal Rodoviário Saco dos Limões (Tisac), conforme projeto elaborado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para a instalação da Casa de Passagem dos indígenas. Caso a decisão não seja cumprida, a cidade catarinense deverá arcar com uma multa no valor de R$350.000,00”, diz a matéria.
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