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Matado

Matado

Roberto Liebgott
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Matado

Chamas, cinzas, calor intenso e a secura descomunal do ar.

Cenário apocalíptico no país biodiverso e das encantadoras diferenças.

Florestas, rios, parques e mar imenso em degradação sistêmica.

Em outro canto, as chuvas, enchentes, frio e umidade fúngica.

As vidas sucumbem, um ecocídio provocado por genocidas humanos.

Seres agonizam, a vegetação explode pelo fogo intenso.

Corpos sob cinzas, ciclos desfeitos e a terra mãe geme de dor.

Parece não haver mais caminho, a não ser o fim mais angustiante.

O amanhã encurtou, o tempo está esgotado, sobram apenas as sombras das fumaças.

E os homens letrados, tão sabidos, querem o agro, a mineração e as indústrias insustentáveis.

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Não há escolhas, as oportunidades deixaram de ser opção, sucumbiram no vazio.

A ganância pervertida de alguns, assumiu o comando com mãos incendiárias.

Expiraram-se as chances de um outro mundo possível, tornou-se caos.

O Brasil, com suas filhas e filhos, está sendo matado, cruelmente matado.

Porto Alegre, 09 de setembro de 2024.