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MPA e Cooperbio realizam VI Festa da Semente Crioula em Seberi

MPA e Cooperbio realizam VI Festa da Semente Crioula em Seberi

Jornalismo das Gentes
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Campoenses e camponesas celebram suas sementes e os 10 anos de instalação do Centro de Formação da Cooperbio em Seberi

Por Marcos Corbari.

O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Cooperbio – cooperativa camponesa da qual famílias da base do movimento são participantes – estão divulgando a programação da VI Festa da Semente Crioula, a ser realizada no dia 11 e março (sábado). O local definido pelo movimento é o Centro Territorial de Cooperação, Educação Ambiental e Agroecologia, na Linha Tesoura, em Seberi (RS).

Imagens: Arquivo MPA/Cooperbio

Em 2023 a atividade será realizada no dia 11 de março (sábado). Haverá feira e troca de sementes e mudas, palestras e rodas de conversa, celebração ecumênica, apresentações musicais e culturais, bem como atividades de formação, informação e integração. O programa contempla ainda a feira agroecológica com expositores de toda região e o tradicional almoço com cardápio típico camponês elaborado a partir de alimentos agroecológicos, produzidos sem veneno e sem aplicação de insumos químicos.

Uma novidade desta edição é a inserção de uma feira de economia solidária no programa, irmanando ainda mais a Festa da Semente na perspectiva do Fórum Social Mundial, que afirma üm outro mundo é possível e uma nova economia é necessária”. Delegações de todas as regionais do MPA no RS e também de SC, bem como representantes de outros estados e países já confirmaram presença na festa, que serve ainda para dar abertura às programações dos 10 anos de instalação do Centro de Formação da cooperativa em Seberi.

Imagens: Arquivo MPA/Cooperbio

Para o presidente da Cooperbio, Marcos Joni de Oliveira, a festa representa uma aliança entre o campo e a cidade pela soberania alimentar, onde os camponeses convidam a todos e todas para participar da refeição, “estendemos a sua mesa em direção a qualquer pessoa que queira provar e comprovar que é possível e necessário produzir alimento sem veneno, sem adubos químicos, sem manipulação genética e com respeito ao meio ambiente”.

“Desde 2013 nós realizamos a Festa da Semente Crioula, celebrando a vida, a produção, a colheita e a cultura camponesa”, aponta Viviane Chiarello, dirigente do MPA no território. Segundo ela, a festividade representa ainda a resistência e a solidariedade ativa da agricultura camponesa e familiar, que depois de três anos de ausência da programação por conta da pandemia de Covid-19, agora retorna celebrando também a atuação dos pequenos produtores que mesmo sob o risco da doença permaneceram trabahando e garantindo 70% da alimentação que de fato chegou às mesas dos trabahadores e trabalhadoras de todo o país.

Militância em defesa da vida

Imagens: Arquivo MPA/Cooperbio

Irene Reis da Silva, camponesa e militante da base do MPA também destaca o simbolismo da semente para o campesinato: “Nós plantamos, colhemos e preservamos a semente para compartilhar, assim compreendendo que cuidar da semente significa cuidar da própria vida”. Ibanez Gonçalves, camponês e também militante da base do MPA explica que a relação que o camponês estabelece com a semente é diferente daqueles que se dedicam exclusivamente aos pacotes agroquímicos e a produção das comodities: “Para a agricultura comercial as sementes são uma espécie de dinheiro, uma forma de agregar capital; na agroecologia nós entendemos que as sementes, as plantas e os animais são vida, são bens comuns que devem ser preservados, multiplicados e compartilhados”.

Atualmente a área onde está instalada a Cooperbio é certificada como produtora orgânica, contendo experimentos voltados à agroecologia e servindo de centro de formação para camponeses e camponesas de todo o Rio Grande do Sul, de outros estados do Brasil e até do exterior interessados em sistemas produtivos que se integram à natureza, interpretam o presente pelo viés da sustentabilidade e o futuro com respeito ao ciclo natural da vida. Na Festa da Semente se renova o desafio dos camponeses e camponesas que com seu trabalho e sua luta buscam diariamente garantir a alimentação como um direito inalienável do ser humano e a semente como um bem comum a todos àqueles que se dispõem a plantar, colher e compartilhar.

Imagens: Arquivo MPA/Cooperbio

Serviço:

O acesso ao evento é livre, a programação inicia logo cedo, pela manhã e se estende até o final da tarde, no sábado, 11 de março.

Almoço – Os cartões para o almoço tem custo de R$ 30,00 para adultos e R$ 15,00 para crianças de 8 a 12 anos. Para aquisição de cartões para o almoço e mais informações sobre o evento, os organizadores disponibilizam contatos pelos telefones (55) 999637673 ou (54) 996879490.

Importante – Todos os participantes devem trazer seus pratos e talheres, evitando uso de descartáveis. Aos clientes da feira agroecológica e feira de economia solidária os organizadores sugerem trazer consigo sacolas retornáveis ou similares para acondicionar os produtos adquiridos, para evitar o descarte de plásticos na natureza.