ONU: CIMI e lideranças indígenas pedem cooperação entre países para impedir apoio e financiamento aos projetos de mineração e do agronegócio
No dia 15 de novembro aconteceu a reunião no Parlamento Nacional da Suíça com o deputado Fabian Molina, em Berna, na Suíça, onde tratou-se da cooperação entre os países e pediu-se ao Parlamento para que atue no sentido de negar apoio e financiamento aos projetos de mineração, do agronegócio, do plantio de plantas exóticas como o eucalipto e que rejeitem a compra de produtos do Brasil oriundos de terras indígenas ou de áreas que estão sendo degradadas, desmatadas. Também se requereu a paralisação dos investimentos em agrotóxicos que contaminam as águas e causam danos irreversíveis à saúde.
Também se solicitou que o Parlamento Suíço se posicione contra a tese do Marco Temporal, defendendo os direitos originários. Mandyn Pataxó disse na audiência que:
“A terra é nossa carne, os rios as nossas veias, onde o sangue corre e as matas são os espíritos. Se destruírem a terra matam os filhos dela”.
O Conselho Indigenista Missionário aproveitou a oportunidade para apresentar e entregar o relatório de violência contra os povos indígenas, dados de 2021.
Relações Exteriores da Suíça
Na mesma oportunidade o Cimi se reuniu com a Secretária Corin Gemperle, do departamento das relações exteriores da Suíça, onde agradeceu a manifestação da Suíça na RPU- Revisão Periódica Universal dos Direitos Humanos na qual o governo recomendou a adoção de medidas para o cumprimento da Constituição Federal no Brasil, acerca dos Direitos Indígenas.
O Cimi ressaltou a importância de o governo investir esforços no sentido de deixar de enfrentar os temas de combate à mineração, exploração madeireira e deixar de financiar o agronegócio e os agrotóxicos.
Roberto Antônio Liebgott é missionário do CIMI - Conselho Indigenista Missionário, atuando na região Sul do Brasil.