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Pousada da morte

Pousada da morte

Roberto Liebgott
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Do modo como se referem, em relação às pousadas que deveriam abrigar pessoas sem lar e sem teto, passa-se a impressão de serem lugares acolhedores, de conforto e lazer.

Na “Pousada Garoa”, diante de um contrato milionário com a prefeitura de Porto Alegre (RS), se ofertariam lençóis limpos, toalhas macias, camas confortáveis e chuveiros com água quentinha.

Mas lá faltava tudo! Faltava segurança, faltava material de higiene e as pessoas dividiam seus quartos com ratos, baratas, fungos e bactérias.

Os contratos milionários assinados entre o poder público municipal e os empresários – que, aliás, detém dezenas de “pousadas” – agridem a dignidade humana e o princípio da honestidade.

Os contratos tonam-se fontes de enriquecimento às custas da miséria, exclusão e abandono daqueles e daquelas mais vulnerabilizados.

As pousadas são propagandas enganosas, mentem em relação a elas, porque são inescrupulosos, corruptos e se empoderam desumanizando pessoas.

O que farão as elites de Porto Alegre, suas forças investigativas, judiciárias e administrativas diante da morte – da mais cruel – de pessoas pobres, queimadas vivas?

Elites que se alimentam da dor, da miséria e que matam, mas depois escondem, invisibilizam, negam, naturalizam e promovem o esquecimento.

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Não nos esqueçamos desses crimes, não nos esqueçamos- jamais – dos culpados!

Porto Alegre (RS), 29 de abril de 2024.