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Reflexão: Fraternidade e Ecologia Integral

Reflexão: Fraternidade e Ecologia Integral

Roberto Liebgott
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Adaptação livre do Cântico das Criaturas, escrito por São Francisco de Assis no ano de 1.225. Essa adaptação vincula-se aos estudos e debates feitos a partir do tema da Campanha da Fraternidade de 2025 e da Laudato Si, que tratam da ecologia integral e da crise climática em nossa Casa Comum.

Cântico das Criaturas

Ó Deus-Deusa, de todos os povos e culturas, ó Encantos de Luz, Espíritos de Amor e as Ancestralidades – que nos fazem sonhar e esperançar um mundo justo e fraterno – a Vocês todas as homenagens, graças e honras.

Louvados sejam, porque prezam pelas criaturas, especialmente a Mãe Terra, que gesta as vidas, encobre de cores as flores, fornece as sementes e dá de comer e beber às espécies.

Louvados sejam pelas fontes de água, que saciam e matam a sede, no entanto sofrem pelas contaminações e degradações de seus rios, lagos e mares.

Louvados sejam pelas árvores, as matas e todos os biomas, porque tornam o ar puro e livre dos gases que sufocam.

Louvados sejam pelas florestas, elas são garantidoras dos ciclos das chuvas que banham, regam e dão vida às belas e complexas diversidades de seres – aves, peixes, bichos, répteis, fungos, musgos, bactérias.

Louvados sejam pelo Irmão Sol, que clareia o dia e com sua luz alumia o mundo, mas, nos últimos tempos, aquece em demasia por causa do efeito estufa.

Louvados sejam pelas irmãs Lua e Estrelas – que são claras e belas – encantam o firmamento, mas sob elas há nuvens tóxicas e poluidoras.

Louvados sejam pelo irmão Vento, pelo ar, que mesmo nublado ou sereno – durante todo o tempo – dá sustento, mas também se revolta diante das incontidas devastações dos ecossistemas.

Louvados sejam pelo irmão Fogo, apesar de belo, jucundo, vigoroso e forte, vem sendo utilizado indiscriminadamente para queimar e destruir os mananciais e toda a biodiversidade do planeta.

Louvados sejam por aqueles e aquelas que amam, cuidam e se dedicam incansavelmente à construção do Bem Viver a todas e a todos, não tão somente para as minorias gananciosas e ricas.

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Bem-aventuradas e Bem-aventurados os que desejam e buscam a paz, apesar das tantas guerras insanas e das injustiças.

Louvamos e bendizemos pelas pessoas, homens e mulheres, que não cansam, não se intimidam, resistem e, cotidianamente, combatem a opressão.

Clamamos a Deus-Deusa, criadores do Universo, aos Encantos de Luz, aos Espíritos de Bondade e às Ancestralidades a nos inspirarem, darem coragem, capacidade e força para retomarmos a Mãe Terra, tornando-a, definitivamente, Nossa Casa Comum.

Porto Alegre (RS), 16 de novembro de 2024.