Tinha um XANDÃO no meio do caminho
Eles, os quadrilheiros, sempre contaram com um soldado, um cabo e um jipe para o golpe, mas não esperavam que teria, no meio do caminho, um XANDÃO.
E, no meio do caminho tinha um XANDÃO à protagonizar a rebelião contra o laranjal, as mentiras, as milicias virtuais e o rebanho de verde-amarelo.
E, porque tinha um XANDÃO no meio do caminho, foram abertos inquéritos, ações e inúmeros processos contra o coisa ruim, abestado, tirano e genocida.
Tinha, no meio do caminho um XANDÃO à lançar o inominável, junto de outros golpistas e torturadores, nos porões da insignificância.
Estes porões são habitados por ratos, baratas, moscas, morcegos e muitos seres peçonhentos e repugnantes, que lhes servirão de companhia.
As noites – nos porões – serão longas, de sonos curtos e ocupados por pesadelos, onde estarão todos nus, amarrados ao pau-de-arara.
Tinha um XANDÃO no meio do caminho.
No meio do caminho tinha um XANDÃO.
Obs: Parafraseando Drummond de Andrade, “Tinha uma pedra no meio do caminho”.
Roberto Antônio Liebgott é missionário do CIMI - Conselho Indigenista Missionário, atuando na região Sul do Brasil.