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Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra avança na construção de banheiros ecológicos e projeta cartilha sobre sua luta, resistência e proteção ambiental

Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra avança na construção de banheiros ecológicos e projeta cartilha sobre sua luta, resistência e proteção ambiental

Cimi Sul
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Dando continuidade ao trabalho iniciado com as oficinas de bioconstrução e saneamento ecológico, a Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra, em Guarulhos (SP), segue fortalecendo suas ações de cuidado com o solo e as águas, em parceria com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Regional Sul – Equipe São Paulo – e o Instituto das Irmãs da Santa Cruz (IISC).

Foto: Cimi Sul – Equipe São Paulo.

No dia 30 de setembro, a Equipe São Paulo acompanhou a visita das irmãs Elizangela Matos e Michael Nolan à aldeia, também contando com a presença da advogada Caroline Hilbert, que compõem a Equipe de Assessoria Jurídica do CIMI Sul e compõem o ADD/IISC (Assessoramento, Defesa e Garantia de Direitos do IISC). O encontro teve como objetivo conhecer de perto a realidade do território e dialogar com as lideranças indígenas dos diferentes povos que compõem a comunidade – entre eles Pankararu, Pankararé, Kaimbé, Wassu Cocal, Guajajara e Tupi-Guarani.

Durante a roda de conversa, um dos fundadores da aldeia expressou agradecimento pelo apoio que o território vem recebendo nas áreas jurídica e financeira, especialmente por meio do Projeto Banheiros Ecológicos, assumido pelo Instituto das Irmãs da Santa Cruz, com o acompanhamento sistemático do Cimi Sul, por meio de Rafael e Irmã Lúcia, que compõem a Equipe São Paulo do CIMI Sul. O projeto tem garantido melhores condições de saneamento e qualidade de vida, ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente e respeita os modos de vida tradicionais.

A importância dos banheiros ecológicos

Os banheiros ecológicos garantem que o solo e as nascentes permaneçam livres de contaminação. Foto: Cimi Sul – Equipe São Paulo.

Os banheiros ecológicos vêm sendo construídos com técnicas sustentáveis de bioconstrução, sem o uso de fossas convencionais, garantindo que o solo e as nascentes permaneçam livres de contaminação. As estruturas também fortalecem o sentimento de autonomia e coletividade da aldeia, unindo saberes tradicionais indígenas e conhecimentos técnicos atuais.

As irmãs Michael e Elizangela, do Instituto das Irmãs da Santa Cruz, foram lembradas pelas lideranças como presença constante e parceiras fundamentais nesse processo, atuando com sensibilidade, escuta e compromisso com a causa indígena.

As irmãs Michael e Elizangela, do Instituto das Irmãs da Santa Cruz, foram lembradas pelas lideranças como presença constante e parceiras fundamentais nesse processo. Foto: Cimi Sul – Equipe São Paulo.

Cartilha vai apresentar a história e a luta da aldeia

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Durante a visita, também foi debatida a possibilidade de apoio para a elaboração de uma Cartilha da Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra. A proposta é produzir um material educativo que apresente a trajetória de união entre os povos, as práticas de preservação da natureza, o plantio de árvores nativas e frutíferas, o cuidado com as nascentes e o processo de recuperação do solo, em uma área que anteriormente funcionava como aterro sanitário (lixão).

Para contribuir na elaboração da cartilha, foi convidada Jéssica, profissional do Instituto Mayra, que visitará a comunidade para conhecer de perto os desafios e avanços conquistados. A expectativa é que o material fortaleça a memória coletiva e amplie o reconhecimento público da luta indígena por um território saudável e sustentável.

A Aldeia Multiétnica “Filhos Desta Terra” segue, assim, reafirmando sua resistência e compromisso com a vida, cuidando das águas, do solo e da espiritualidade que conecta os povos e o território.