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Assentamento Eli Vive, no Paraná, recebe Lula

Assentamento Eli Vive, no Paraná, recebe Lula

Nilson Fraga

O Ex-presidente Lula esteve no último dia 19 de março no Assentamento Eli Vive do MST, no distrito de Lerroville, localizado ao Sul de Londrina, sendo ele maior assentamento da reforma agrária em região metropolitana no Brasil. São mais de 500 famílias assentadas, totalizando uma população de mais de 3.000 pessoas, que convivem e trabalham em uma área de 7.500 hectares. O evento foi representativo, pois o Eli Vive foi desapropriado ainda no Governo Lula, em 2009, e esta foi a primeira vez que o presidenciável esteve no Paraná desde que saiu da prisão política encabeçada pelo ex-juiz federal Sergio Moro.

A agricultura familiar tem a capacidade de alimentar o nosso país“. Foi o que assegurou Lula ao participar da Jornada de Solidariedade: Rumo aos Comitês Populares. O evento reuniu quase 10 mil pessoas no Assentamento Eli Vive.

Afora o amplo encontro, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra da região Norte do Paraná, conseguiu arrecadar 70 toneladas de alimentos durante o acontecimento, que foram distribuídas para 2500 famílias empobrecidas da região de Londrina.

Na fala ao povo assentado e representações de outros movimentos sociais de todo o Paraná e estados vizinhos, Lula alertou sobre a necessidade de combater o fascismo crescente no Brasil, assim como derrotar a fome que se avoluma no seio da sociedade nacional, por meio de políticas públicas que reforcem a soberania alimentar e nacional.

O encontro culminou com a Jornada de Solidariedade: Rumo aos Comitês Populares, iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em apoio à  candidatura de Lula. O ex-presidente alertou ainda sobre a falta de renda e sua queda, assim como fez críticas ao atual presidente do Brasil e ao pré-candidato do Podemos, dizendo que ambos não entendem da realidade nacional, pois a ignoram.

Demonstrando ter leitura sobre a realidade brasileira e mundial, criticou a perda do humanismo que está sendo engolido pelo algoritmo, sugerindo que as pessoas voltem a ter alma, sensibilidade, pensamento e, de fato, sentimento, pois estamos perdendo o afeto para os algoritmos e nos tornando uma sociedade dominada pela indiferença e pela frieza.

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Em um dos momentos mais emocionantes, disse estarmos sendo governados pela mentira e isso acontece diuturnamente neste atual governo, que não teve a delicadeza de visitar uma família sequer que tenha perdido um ente querido durante a pandemia da Covid-19. Pois, para Lula, vivemos sobre o manto de um governo que não demonstra afeto ao sofrimento nacional que vem crescendo desde o golpe de 2016, que não respeita a ciência e que montou uma quadrilha no Ministério da Saúde na compra das vacinas, mesmo sendo negacionista.

O ex-presidente, apontou para um Congresso Nacional “anti povo” e “anti nacional” e que a partir das próximas eleições teremos que recuperar a soberania, cuidar do povo, da educação, pois sem ela não há soberania. Disse, ainda, que ao ser reeleito, colocará o povo no centro da administração, a partir de políticas econômicas, onde o pobre será colocado no orçamento da nação, e os ricos no imposto de renda. Ao final do evento, o MST distribuiu dez mil marmitas para as pessoas que participaram das atividades do dia, alimento feito por assentados e assentadas da reforma agrária, que contou com muitas apresentações culturais e a participação de políticos e autoridades da região, do estado e do Brasil.