Garimpeiro
O Coiso, quando presidente da República, orgulhava-se em dizer que sua família era de pessoas garimpeiras.
Seus olhos brilhavam ao determinar que invadissem terras dos povos indígenas e quilombolas objetivando garimpar e devastar.
Passou quatro anos ameaçando, impondo e estimulando que ouro e os diamantes fossem desenterrados e comercializados.
Mataram, destruíram, extorquiram, prevaricaram e exterminariam o povo Yanomami, dada sua obsessão fulminante.
O garimpeiro nunca saiu de dentro do Coiso e, com persistência, manteve-se atuante, no caso, como presidente, por dentro dos cofres, gavetas, mesas e estantes.
Joias, relógios, colares e brincos presenteados ao país acabaram garimpados, vendidos e os soldos distribuídos nos laranjais entre cabos, tenentes, comandantes e generais.
Aliás, outra especialização do Coiso, conquistada com muito esmero, vincula-se ao cultivo de laranja, o que lhe garantiu privilégios, dinheiro e muita bonança.
O patriotismo do Coiso, o culto a “deus”, à família e à bandeira tornaram-se disfarces certeiros para satisfazer a ambição do presidente e seus alvitreiros.
Porto Alegre, 15 de agosto de 2023.
Roberto Antônio Liebgott é missionário do CIMI - Conselho Indigenista Missionário, atuando na região Sul do Brasil.