Hoje, depois de ontem, o que dizer?
Hoje, depois de ontem, sorrir, abraçar, acolher as pessoas com carinho, ternura, afeto e simplicidade.
Hoje, depois de ontem, precisamos olhar adiante, sabendo que tudo ainda está por fazer – pois falta pão nas mesas e inexiste a paz.
Hoje, depois de ontem, voltamos a acreditar, respirar – depois de quase sufocar de angústia e tensão.
Hoje, depois de ontem, a poesia nos fará sonhar, esperançar, nos ajudará a não desistir de caminharmos juntos.
Hoje, depois de ontem, devemos dizer obrigado aos milhões de votos do povo do Nordeste – do litoral ao agreste.
Hoje, depois de ontem, temos a certeza de que sem eles, do Nordeste, estaríamos reprimindo a esperança e os pesadelos – seriam rotinas nos sonos mal dormidos.
Hoje, depois de ontem, os debochados, os nazifascistas, os intolerantes permanecerão pelas vias e avenidas – eles, assim como nós, não desistirão.
Hoje, depois de ontem, se impõe a união, a determinação, a solidariedade em defesa da vida, terra, justiça, cidadania e contra todas as formas de violências.
Hoje, depois de ontem, vamos ter que lutar ainda mais, não perderemos o horizonte de sociedades plurais, fraternas e do Bem Viver.
Roberto Antônio Liebgott é missionário do CIMI - Conselho Indigenista Missionário, atuando na região Sul do Brasil.