Nota de profundo pesar pelo falecimento de Marciano Rodrigues


Liderança Guarani Nhandeva, Marciano fez história no movimento indígena no Brasil, especialmente na Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul)
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) recebeu com profundo pesar a notícia do falecimento de nosso querido amigo Marciano Rodrigues. Ele foi uma liderança que fez história no movimento indígena no Brasil, especialmente na Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul).
Marciano tinha 48 anos, era do povo Guarani Nhandewa, da Tekoha Yvy Porã, uma retomada no norte do estado do Paraná. Residia no Tekoha Nara’i, também ao norte paranaense e próximo a Yvy Porã.
Marciano, há poucos meses, foi diagnosticado com um câncer fulminante, que o levou dessa vida. Era jovem, corajoso e um grande articulador dos movimentos de luta e resistência contra as ofensivas dos setores ruralistas e minerários, que atacam as vidas e os direitos indígenas, em especial nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Marciano cumpriu importante função de mobilizar as forças sociais e indigenistas durante as enchentes no Rio Grande do Sul, nos meses de maio e junho de 2024. Dedicou-se intensamente na coordenação de uma campanha internacional visando angariar recursos e doações para que se pudesse auxiliar aqueles e aquelas que passavam por momentos de dor, perdas e até de desesperança.
Marciano foi cedo demais dessa existência. Ficará um enorme vazio no movimento indígena organizado no Sul do Brasil, por onde atuava de forma determinada e incansável.
Agora chegará à morada dos outros guerreiros e guerreiras que também se doaram pelos seus. Ele fez uma bela jornada. Ele, apesar das adversidades políticas, sociais, econômicas e jurídicas, sempre se portava com coragem e determinação.
Ñhanderu, Deus do Povo Guarani, o acolherá nessa chegada à eterna morada e celebrará, entre todas e todos que lá estão, o amor deixado e semeado por Marciano nessa existência.
O Cimi manifesta, nesse momento, sua solidariedade aos familiares do Marciano e a todas e todos os amigos e amigas da Arpinsul e dos Povos Guarani e Kaingang.
Marciano agora ancestralizou e sua memória permanecerá sendo luz e inspiração para as lutas que não terminam, ao contrário, se intensificarão por terra, justiça e vida.
Não ao Marco Temporal, Demarcação Já!
Conselho Indigenista Missionário!
27 de julho de 2025!
