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Seremos substituídos?

Seremos substituídos?

Paula Andrea Grawieski Civiero
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A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser uma visão futurista e se tornou uma realidade tangível que está transformando diversos setores da sociedade brasileira, incluindo o mercado de trabalho.

A tecnologia não para de avançar e, por consequência, as gigantes desse ramo estão crescendo exponencialmente, aumentando cada vez mais suas vendas, lucro e valor.⁠

A Alphabet (controladora do Google), a Apple, a Amazon, a Meta e a Microsoft ganharam juntas, em 2023, cerca de US$ 327 bilhões, um número próximo ao PIB total de países como a Colômbia e o Chile e, 25,6% maior que o faturamento no ano anterior.

Mesmo assim, esse grupo privilegiado no qual também estão incluídas empresas como a Tesla, a Nvidia e a Amazon, ao invés de contratar mais pessoas para o desenvolvimento das atividades, tem realizado demissões em massa.⁠

Diante disso, você deve estar argumentando que essa matemática não fecha, pois mais negócios, mais atividades, mais faturamento deveriam gerar mais postos de trabalho e maior necessidade de mão de obra.

Infelizmente, essa conta fecha sim, e aé bem simples de entender.

O trabalhador está sendo substituído: pelas máquinas, pela automação e pela inteligência artificial (IA).

Economistas do grupo financeiro internacional Goldman Sachs recentemente estimaram que até 300 milhões de empregos em tempo integral em todo o mundo serão automatizados na onda da inteligência artificial. E 18% do trabalho global será  informatizado.

E essa não é uma previsão futurista. A automação inteligente já está impactando setores como a manufatura e contribuindo para uma redução na contratação de posições não relacionadas à tecnologia avançada.

Mas além dos impactos na empregabilidade, essa automação ampliará a desigualdade salarial. Enquanto profissionais com habilidades em tecnologias emergentes tendem a receber salários elevados, aqueles em setores mais vulneráveis podem enfrentar reduções salariais bruscas.

Diante deste cenário, os especialistas bradam aos quatro cantos que a (re) qualificação tornou-se uma necessidade urgente e não apenas uma opção. Contudo, pouco se fala sobre uma (re) qualificação atrelada a uma postura crítico-reflexiva, emancipadora e dialógica. O foco é o mercado.

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Por outro lado, mesmo enxergando tudo que vem acontecendo e as tendências iminentes, nos comportamos como vítimas da situação e do destino, como pequenas pedras que se encontram no caminho e que podem ser facilmente retiradas.

Se somos a espécie mais inteligente do planeta qual a lógica de sermos substituídos?

Infelizmente não paramos nem para pensar sobre isso. Estamos consumidos ou nos deixando consumir por tarefas, sistemas, formulários, aplicativos e muito trabalho; e não nos permitimos refletir sobre o nosso futuro.

Mas e a educação como está se comportando diante disso tudo?

Sem dúvida essa é uma profunda, longa e urgente reflexão.