A equação civilizatória e a dignidade humana
A ciência e a tecnologia são debatidas cotidianamente em vários espaços. Vivemos influenciados, muitas vezes moldados, pelo desenvolvimento tecnocientífico, embora não nos questionemos aos interesses de quem e para quem estão voltados tais avanços ou retrocessos. Eles estão subjugados ao sistema político e econômico, e, portanto, são determinados pelos interesses do poder hegemônico, nos trazendo muitos questionamentos e incertezas. Isso ficou explícito, agora em tempos de pandemia e guerra, com a maximização dos lucros em detrimento da própria vida. Assim, buscamos questionar para que, para quem e por que são determinadas algumas variáveis contemporâneas, de modo a valorizar para além das técnicas, as questões humanas.
Para analisar esse processo, por meio de suas distintas variáveis contemporâneas, as quais abarcam questões técnicas, questões humanas, bem como o desenvolvimento tecnocientífico em diferentes graus, estabelecemos uma ferramenta de análise, a qual denominamos de equação civilizatória. Pretendemos aproximar nosso diálogo por meio dessa ferramenta analítica, a qual pode ser considerada como uma metáfora para delimitar a problemática da sociedade atual. Nos membros dessa equação as variáveis contemporâneas são problematizadas.
Temos a preocupação quanto a necessidade de um alerta para vermos o processo civilizatório com olhos diferentes daqueles que, hegemonicamente, nos procuram impor, através da mídia, dos costumes e da educação. Nossa pretensão é trazer nesse espaço, de informação e formação dos trabalhadores, discussões que nos ajudem a problematizar e questionar os interesses científicos e tecnológicos da civilização humana. Em todos esses aspectos sempre defendemos a maximização da dignidade humana.
Professora no Instituto Federal Catarinense (IFC). Fez doutorado e pós-doutorado em Educação Científica e Tecnológica (UFSC). Tem se movido em problematizar as implicações sociais da tecnociência, almejando provocar parcerias e compartilhamentos entre sujeitos que se veem provocados a mudar de rota o processo civilizatório, em busca da maximização da dignidade humana.
Engenheiro mecânico e doutor em educação na área de ciências. Desenvolve seus estudos em Educação Tecnológica com ênfase no processo civilizatório contemporâneo e nas relações entre ciência, tecnologia e sociedade (CTS). Professor Titular do Departamento de Engenharia Mecânica e do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica (PPGECT) da UFSC. Um dos fundadores do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Tecnológica (NEPET - nepet.ufsc.br) é o seu atual coordenador