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ATL Sul: “Essa é uma das atividades mais importantes para os povos indígenas do Sul do Brasil”

ATL Sul: “Essa é uma das atividades mais importantes para os povos indígenas do Sul do Brasil”

Claudia Weinman
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Foi realizado de 14 a 18 de agosto de 2023, a 5º edição do Acampamento Terra Livre Regional Sul, na Aldeia Itaty, no território Morro dos Cavalos, em Palhoça, litoral de Santa Catarina.  Com o tema: “Visibilidade Social dos Direitos Indígenas”, o encontro reuniu lideranças, anciãos, juventudes, crianças Kaingang, Guarani e Laklãno Xokleng, além de aliados/as da causa.

Nas mesas de debate foram abordados temas sobre a Demarcação das terras indígenas, conflitos e vulnerabilidades, impactos e perspectivas. Também sobre a Sesai indígena: desafios e perspectivas; Mulheres indígenas reflorestando o amanhã; Diálogo intergeracional: Xeramõi e Xejaryi Kuery; O papel da juventude na continuidade da luta pelas demarcações de terras; Diversidade indígena: o corpo como um território político; Perspectivas sobre a educação e a escola: ancestralidade, resistência e projetos de futuro; Repercussão geral: análises jurídicas e os impactos socioculturais aos povos indígenas.

Foto: @richard_wera_mirim.

Para Marciano Rodrigues, do povo Guarani Nhandewa, do estado do Paraná e um dos representantes da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul, o ATL é uma das atividades mais importantes para os povos indígenas do Sul do Brasil, a qual abre espaço para o alinhamento das causas e encaminhamento de pautas indígenas para os âmbitos estaduais e federais.

“O ATL ajuda a nos fortalecer culturalmente, abre espaço para ampliar a discussão política e as inter-relações, proporcionando um intercâmbio cultural, das lutas e resistências”, disse.

Marciano Rodrigues, povo Guarani Nhandewa.

Cleber Buzatto, da coordenação do Conselho Indigenista Missionário Regional Sul, detalhou também que o CIMI por meio da equipe Florianópolis, participou e contribuiu ao longo dos cinco dias de atividade, dos debates, reflexões e logística.

“O ATL é uma atividade de grande impacto político com a discussão de temas que interferem diretamente na vida dos povos indígenas do Brasil. No dia 16 de agosto, um ato importantíssimo aconteceu no centro da capital e na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, em resposta a uma audiência pública realizada na Alesc há pouco tempo e que tratou sobre a tese do Marco Temporal, momento em que os povos não foram convidados. Por meio desse ato, os povos demonstram sua força e cobram respeito aos seus direitos, a sua existência”.

Foto: Vicente Schmidt/ Tval.

A presença dos povos indígenas na Assembleia Legislativa de Santa Catarina representa a demarcação do território naquele espaço, uma vez que, uma audiência em defesa da tese genocida ocorreu no mês de maio de 2023 sem a presença indígena. “Já debateram sobre o nosso povo e nossas vidas, mas não nos chamaram. Agora estamos aqui e vamos falar”, disse a secretária de Direitos Ambientais e Territoriais Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, Kerexu Yxapyry.

Ainda, no Largo da Alfândega, um ato público no dia 16 de agosto foi realizado, ressaltando a luta dos povos indígenas do Sul contra o Marco Temporal e outros projetos que agridem e ampliam o genocídio contra os povos indígenas, como o próprio Projeto de Lei 2903 (antigo PL490, de 2007).

Foto: Cleber Buzatto/Cimi Sul.

Confira alguns vídeos desse momento:

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URGENTE:

Confira a carta final do ATL Sul: