Vidas

Vidas sob barracos
Nestes tempos
De crise climática
Quando chuvas
E ventos
Castigam
O corpo da terra
E sufocam
Até as esperanças.

Vidas
Sem a Terra Mãe
Vínculo originário
Sempre à espera
Sussurrando
Venham pra cá.

Mas não é possível
Acatar o chamado
O fazendeiro
Não permite
E a Funai
Se omite.

E assim,
A existência indígena
Segue sobre a umidade
Do chão batido
Que parece chorar
O sofrimento
Daquelas
E daqueles
Que o habitam.

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Porto Alegre, 15 de novembro de 2023.