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Brasas de esperança

Brasas de esperança

Roberto Liebgott
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As brasas acesas
No chão úmido e frio
Aquecem o rito
Em defesa da vida
Da Mãe Terra
E dos direitos
Mais sublimes

A fumaça purifica
Limpa, abranda
Acalma os males
Que cercam
Cerceiam
Violentam
Os povos originários

Mesmo nas margens
Resistem
Teimam
Existem
E tornam-se
Energia e alimento
Do bem viver

O perverso não dorme
Sempre à espreita
Ali, ao lado, à brutalizar
Banalizar, afrontar,
Agredir, torturar
Durante os dias
Até nas madrugadas

Os covardes
Dos palácios
E gabinetes
Precisam sair
Do reconfortante abrigo
E se posicionarem
Pela Justiça

Não ao marco temporal!
Demarcação já!

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Porto Alegre, 20 de agosto de 2023.