Esperançar
por Ângelo Bueno
20.12.2022
Ilustração Bara Bara.
No morro
Quando chove
Desce em
Enxurrada
Sonhos
E o barco de papel
Rompe as barragens
Criadas pelo tempo
A tempo de salvaguardar
A Chegada.
Ângelo Bueno
Ângelo Bueno é poeta ativista, membro do Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Entre os anos de 1982 a 1992 atuou na região Sul com os povos Guarani e Kaingang. De 1992 até hoje atua com os povos indígenas do Nordeste, em Pernambuco e Norte da Bahia. Sempre percebeu a importância da arte para rever paradigmas e favorecer a construção da sociedade democrática, fazendo parte dos poetas marginais, denunciando as violências praticadas pela necropolítica e anunciando o bem-viver em terras de ABYA YALA.