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Família cobra justiça após bebê de três meses ter braço quebrado dentro do Hospital Regional em São Miguel do Oeste

Família cobra justiça após bebê de três meses ter braço quebrado dentro do Hospital Regional em São Miguel do Oeste

Claudia Weinman
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Dian Narciso Elwanger é o bebê que deu entrada no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, em São Miguel do Oeste/SC, no final do mês de setembro, acompanhado de sua mãe Francine Narciso, para tratar de uma pneumonia. Segundo as informações repassadas pela família, no dia 20 de setembro ele teria sido internado e na sexta-feira, 22, a mãe pediu ajuda às técnicas de enfermagem, pois ele estava inquieto, chorando e com o braço inchado.  Francine suspeitava de alguma fratura.

Em entrevista, a tia do bebê, Jaqueline da Silva, contou que a família sente-se revoltada pela falta de sensibilidade e assistência por parte da gestão do hospital. Segundo ela, quando Francine suspeitou da fratura, as técnicas disseram que o inchaço teria sido motivado pelo acesso colocado no braço de Dian, por onde são inseridos os medicamentos e soro. “Na sexta-feira de manhã as técnicas vieram mexer nele e ela falou do braço inchado. As técnicas disseram que era o acesso, trocaram e botaram no outro braço. Mandaram colocar pano molhado, mas a mãe dele viu que não adiantava, estava inchando e as técnicas  diziam que era normal. A Francine pediu para chamar um médico, disseram que não tinha necessidade”.

Jaqueline disse também que na sexta-feira, dia 22, no período da tarde, sua irmã Dayana Elwanger esteve no hospital, no horário de visita, e que presenciou o bebê chorando de dor. “Minha irmã chegou de tarde e olhou o braçinho dele inchado e as enfermeiras ali, Dian chorando direto, resmungando de dor. Minha irmã falou que o braço estava quebrado e as técnicas disseram que não era nada. Logo voltaram e levaram ele para uma sala do lado, onde ficaram sozinhas com ele até minha irmã resolver entrar. Foi então que devolveram ele para o quarto sem falar nada”.

No mesmo dia, depois das 18h, com a troca de plantão, uma das profissionais do hospital, contou Jaqueline, teria visto o pano molhado que as técnicas haviam orientado colocar em cima do braço. Perguntou o motivo e quando soube da resposta, chamou imediatamente um médico. Jaqueline disse que foi feito um exame de Raio-X, confirmando a fratura. “Queremos saber o porquê as técnicas de enfermagem emitiram em dar socorro logo? A criança ficou o dia todo chorando de dor, não deram nem remédio”, falou a tia indignada.

Jaqueline contextualizou ainda que depois de feito o exame, a família chamou a Polícia Militar e realizaram o registro de Boletim de Ocorrência dentro do hospital e que, a partir disso, ninguém mais, inclusive as técnicas de enfermagem, atenderam a família adequadamente. “A gestão do hospital não falou com a gente, nem mandaram uma assistente social, ninguém veio conversar com a nossa família, essa é a nossa maior indignação. A gente sabe que pode ter acontecido sem querer, mas porque negar o atendimento?”, questionou.

Conforme Jaqueline, todo atendimento posterior se deu com a família ameaçando chamar a polícia novamente. “Disseram que viria um ortopedista na segunda-feira apenas para ver ele. Ameaçamos chamar a PM e em vinte minutos, estava lá o profissional. Levaram ele para outra sala onde engessaram o bracinho e mandaram dar paracetamol. No domingo deram alta para o Dian. Inclusive questionamos a alta, já que sabemos que um tratamento de pneumonia demora pelo menos sete dias, mas Dian não teve esse direito”.

A família teria ainda levado Dian para a Unidade Básica de Saúde, para realizar a aplicação de duas injeções ao dia, prescritas pelo médico que deu a alta. “No postinho nos perguntaram o motivo de ele ter tido alta, já que as injeções são dolorosas e poderiam ser aplicadas no hospital, junto com os demais remédios do tratamento dele. A gente fica se questionando: queriam se livrar da gente?”.

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 Pedido de justiça

Jaqueline mencionou que foi feito exame de corpo de delito e que a mãe de Dian, Francine, também prestou depoimento na Polícia Civil que está apurando o caso. Ela disse ainda que a família contratou advogado.

O caso ganhou maior repercussão após Jaqueline postar em suas redes sociais virtuais o pedido de justiça pelo sobrinho. A família está amparada pelo acompanhamento jurídico e o bebê Dian, ainda está se recuperando. Ele permanecerá por aproximadamente dois meses com o braço engessado. Já o Hospital Regional não divulgou nenhuma nota oficial em suas redes sociais virtuais a respeito do caso.