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Mataram

Mataram

Roberto Liebgott
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Heba Abu Nada, poetisa, militante, feminista, lutadora pelos direitos humanos e libertação do seu povo Palestino.

O oxigênio não é para os mortos, escreveu ela, pois prezava e desejava a vida, uma vida plena para todos em suas diferenças e diversidades, mas a mataram.

O genocida não cansa, seu ofício é o ódio, dissemina-lo torna-se prazeroso – matar lhe satisfaz – já que se alimenta da dor e do sangue inocente.

O genocida é machista, homofóbico, racista, misógino, xenofóbico porque ambiciona o fim da outra, do outro, nada lhe importa a não ser a morte.

Heba escreveu sob ataque de Israel: “Se morrermos, saibam que estamos satisfeitos e firmes, e digam ao mundo, em nosso nome, que somos pessoas justas/do lado da verdade”.

Seu último poema feito momentos antes de ser assassinada, em meio ao genocídio promovido pelo Estado de Israel:

“A noite na cidade é escura, exceto pelo brilho dos mísseis; silenciosa, exceto pelo som do bombardeio; aterrorizante, exceto pela promessa tranquilizadora da oração; abafada, exceto pela luz dos mártires”.

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Heba tornou-se luz, força infinda, eternizada através de sua poesia que agora ecoa – mesmo em meio aos bombardeios – denunciando o tirano genocida.

Heba, não calaram a sua voz, agora até as pedras falarão; não fecharam todos os caminhos, mil trilhas se abrirão.

Porto Alegre, 23 de outubro de 2023.