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Mulher indígena

Mulher indígena

Roberto Liebgott
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Você é terra, água, você é sol e lua, o ar e o fogo, você é brisa, o calor da tarde e o crepúsculo do anoitecer.

Você é rosto, face de dor, de choro, da tristeza e melancolia, mas é alegria, sorriso lindo e largo de euforia.

Você é sangue derramado, alma que queima, é aquela que clama, grita por justiça, é voz de alerta das guerreiras e guerreiros à enfrentar a violência.

Você é corpo, é fibra, força, resistência, você é guardiã, protetora dos modos de ser e viver dos povos, é aquela que diz nenhuma gota de sangue a mais.

Você é mãe, seios que amamentam, alimentam, amparam, acolhem, sustentam as cosmologias e projetam os novos dias, de um futuro melhor para todas e todos.

Você é espírito das ancestralidades, dos que já passaram nessa dimensão, que se tornaram pontes e interligam os mundos guiando, alargando, pavimentando os caminhos.

Você é mulher, mãe, filha do útero da terra, você é sonho, é semente, broto, flor e fruto, você é facho de luz, raio de esperança, você dá sentido ao Bem Viver.

*Inspirado nas falas de Neusa Ñhandeva e Alenir Kaiowá proferidas durante o lançamento do Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil.

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Lançamento do Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2021