Ouvir
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O silêncio das noites, onde guardam-se segredos desnudados nos sonhos.
Os gemidos escondidos à sufocarem as almas, desde as frágeis às mais intrigantes.
O choro irrompido da garganta, libertando-se das profundas amarguras.
O grito sufocante, retardatário do medo, da dor e rebeldia dos sentimentos.
A gargalhada debochada, destinada ao inusitado, ao despreparado.
O sorriso da criança que agrega ternura, amor e esperança.
Ouvir os outros – as outras, que se cruzam, se tocam ou se afastam sem nenhuma cumplicidade.
Ouvir e discernir entre ser melhor ou pior no tempo que ainda resta.
Porto Alegre, 14 de outubro de 2023.