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Asas de arco-íris

Asas de arco-íris

Roberto Liebgott
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Ele ou ela, pássaro de pura beleza, de um cantar deslumbrante, surgiu entre galhos e folhas, na praça, em frente à nossa casa.

Plumagem de cor grafite, mas com asas multicores, como um arco-íris, o que despertou, desde logo, encantamento e uma admiração incomum.

Seu cantar lírico parecia entoar sons musicais escritos em partituras, tons melódicos, profundos, que fazem despertar sentimentos há muito adormecidos.

Repentinamente, voou até um butiazeiro, que fica logo ao lado, no quintal vizinho, e lá, depois de um pouso de reconhecimento, voltou a cantar, mas desta vez, com uma entonação diferente.

Tratava-se agora de uma comunicação singular, chamando por alguém, instante em que se aproximou o – ou a – acompanhante, de mesmo esplendor e beleza.

Notamos que, no butiazeiro, serviam-se de uma farta refeição de cupins, fungos, sementes e outros petiscos próprios e abundantes em árvores e arbustos ao final do inverno.

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Satisfeitos – os dois – seguiram pelos rumos dos ventos, batendo suas asas de arco-íris, deixando-nos fartos também de admiração e inspirações para transbordar em poesia.

Porto Alegre, 11 de setembro de 2023.